Volta e meia, alguém, percebendo nosso ‘modo’ de Wing Tjun (às
vezes não compreendendo bem do que se trata, devido a forma escrita ser
diferente da mais usual, assim como, de alguns movimentos, posturas, formas,
também diferirem do ‘modo’ mais difundido, que é o modo Ip Man), me pede sobre
nossa linhagem, estilo ou modo.
O fato é que não temos uma linhagem em específico, o que temos
é um ‘modo próprio' (como tantos outros existentes mundo a fora), filho da necessidade e realidade locais e da soma de alguns conhecimentos. Portanto,
possuímos fundamentos e referências (o que compõem um currículo próprio) que nos
proporcionam tal Caminho.
De uma maneira mais geral e ‘resumida’, nosso modo de WT tem referência
no sul da China e sudeste asiático (Vietnã, Indonésia, Filipinas). Na AFWK estudamos e praticamos os sistemas irmãos
Wing Chun e Weng Chun Kuen, além de aspectos dos estilos Garça Branca e
Serpente (antepassados familiares do WT), integrados as chamadas ‘artes
internas’, sob tudo Chi Kung e Tai Chi (ênfase no estilo Pai Lin). Também algo
de I-Chuan e 18 mãos de Lohan (Chi Kung / Garça Branca), e em menor grau, alguma
relação com um estilo de Kung Fu chamado Chu Ka, e com o Pa Kua (estilo
taoista). O WT da AFWK é ‘interno’ e ‘externo’ (pois praticamos os dois vieses).
Grandes Mestres e seus ‘modos’, escolas ou linhagens, como Leung Jan, Yuen Chai Wan, Wang Xiang Zhai, Kwee
King Yang, Ip Man, Liu Pai Lin, Tang Yik e Wu Lyh Cherng (entre outros), estão
entre nossas principais bases e referências.
O WT da AFWK é taoista, e por isso também o
chamamos de ‘Fluir Kung Fu’, onde nossa grande base filosófica-conceitual está
nas sabedorias e conhecimentos deixados principalmente por Lao Tse e Chuang Tzu.
Mas, com isso, não desconsideramos outras fontes, e estudamos e aplicamos em
nossa prática conceitos vindos do budismo, confucionismo e de pensadores
estrategistas como Sun Tsu.