segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Nós e o mundo: "O espírito de nosso tempo..."


Além das roupas que vestimos, das coisas que inventamos, das maquinarias e tecnologias, dos ternos e gravatas, coroas e fardas, somos seres naturais, parte de um todo que se chama natureza e que se chama vida. Porém, com o passar do tempo, fomos perdendo o interesse pela natureza, pelas coisas vivas que pulsam diante de nós, e muitas vezes já não percebemos isso. Pensando em facilitar nosso trânsito na vida, criamos instrumentos que nos trouxeram comodidade, distração e ganância. Assim, perdemos também o interesse pela vida e a conexão com nosso íntimo e com a natureza (interna e externa). Nisso, a vida perdeu seu valor para nós, e na maioria dos casos, nem sabemos disso. Estamos doentes e cegos. Doentes de falta de percepção e sensibilidade.

O mundo é um grande pulmão, um grande rim, um grande coração, cheio de energia, a energia que mantém a vida e que nos mantém vivos. Porém, esta energia que pode ser boa, também pode ser ruim. E quando o mundo todo padece de mazelas, como o ódio, a guerra, a fome, a violência, a destruição da natureza, nós padecemos em desequilíbrio e diminuição significativa de energia (Chi) positiva. Então, assim, estamos morrendo.

Somos e vivemos um todo. Mas, perdemos esta inteiração, esta integração, esta noção de ser-estar natural junto à vida e ao outro. O mundo sofre com isso, mas a morte é nossa, do nosso corpo, da nossa cultura, do nosso espírito - humanos. Destruindo a natureza, destruímo-nos. Matando o outro, matamo-nos. A natureza se transforma e sempre volta. Então, somos nós é que morremos. A cada violência contra o próximo, contra a natureza, contra a vida. Estamos condenados? Talvez! Mas, acredito que ainda há tempo e forma de mudar e buscar de volta a vida, seu valor e a natureza.

A energia de cada um de nós, é a energia vital que há em nós. Uma só energia que, ou está saudável, ou está doente. Somos seres naturais, mas também culturais. Então, cabe a nós, cultivarmos. Cultivarmos a energia positiva ou negativa, a paz ou a guerra, a tolerância ou a intolerância, a flexibilidade ou a rigidez, a vida ou a morte. Energia que formando o todo, também chamamos de ‘espírito’, de uma época, de um tempo, de um mundo, da vida. Portanto, o 'espírito do tempo, é o que fizemos dele'. Nisso, a escolha é nossa, é sua... Escolhe!



domingo, 7 de outubro de 2018

Wing/Weng Chun, uma arte de resistência

Os sistemas Wing e Weng Chun (Kuen) de Kung Fu, nasceram num contexto de opressão e domínio militar da dinastia Qing, dos manchus, por volta de 1700 do calendário cristão, como forma de resistir a este domínio. Mestres e/ou estudiosos de outros estilos de Kung Fu (como a Garça Branca e a Serpente), através de certo tempo, foram desenvolvendo esta(s) nova(s) arte(s) (na época), a modo de uma maior efetividade defensiva contra as investidas dos soldados do exército manchu no sul da China. Este é o contexto do surgimento do Wing/Weng Chun. No caso, esta(s) arte(s) não nasceram no exército (portanto não são artes de caráter militar, e isso é bom que se diga, pois muitos praticantes as tratam como tal), são sistemas defensivos (nos seus sentidos técnicos) e anti-opressores, no sentido histórico.

Dito isso, é fundamental que os mestres e professores, suas associações ou escolas, enfatizem este aspecto sociohistórico no que diz respeito ao surgimento destes sofisticados sistemas de Kung Fu. Nisso, o WT (sigla para Wing e Weng Chun), é um sistema de características, além de defensivas, libertárias, no sentido de resistência contra a opressão de um Estado ditatorial, como fora a dinastia Qing.

Nisso, a AFWK respeita e busca fazer jus a esta história, concebendo, estudando e/ou praticando WT como uma arte defensiva e libertária, e não militarizada, nem opressora ou totalitária, como, muitas vezes, a partir de certos discursos e atitudes de professores e praticantes, se vê por aí.

Uma das grandes características do sistema WT, no seu sentido contextual histórico, é a resistência ao domínio e opressão, e sendo ele também uma cultura (um modo de ver a vida e nela se posicionar, a partir de seus Wu De – códigos de ética), a coerência pede que assim ele seja tratado. Ou seja, um sistema que, além do quesito técnico, possui certos princípios sociohistóricos que devem ser considerados e respeitados. Não feito isso, julgamos o sistema ‘incompleto’.

Em suma, o WT, fundamentalmente, é um sistema que presa pela ‘liberdade’ e pelo aspecto defensivo (busca pela ‘paz’ ou contra a guerra e domínio opressor, seja ele qual for), pois isso faz parte de sua composição, o que também o faz ser uma arte de resistência. 




quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Posição da AFWK frente ao momento político-eleitoral brasileiro

A AFWK (Associação Fluir Wing Tjun Kung Fu), vem por meio deste, se manifestar pela paz e flexibilidade (‘democracia’), frente ao atual processo eleitoral e quadro político nacional.

Como uma associação ou escola de Kung Fu, filosoficamente taoista, atuamos em favor da serenidade, flexibilidade, sensibilidade e reflexão. Assim sendo, em favor do respeito e do diálogo consciente entre seres humanos. Um dos princípios fundamentais do taoismo é o equilíbrio, assim como do Kung Fu, disposto nos Wu De (Códigos de Ética), é a paz, tanto de espírito quanto a existencial, sendo um dos maiores sentidos do Kung Fu, presente simbolicamente na sua mais usual saudação: ‘parar com a guerra’.

Nisso, a partir de certo discernimento e coerência com nossa cultura, conhecimentos e práticas, não apoiamos, de forma alguma, candidatos, propostas ou discursos que propagem a violência, a discriminação, o preconceito e o ódio.

Por isso, enquanto um espaço cultural educativo e filosófico, independente de ideologia, religião ou partido político, somos favoráveis ao voto consciente e humanizado, no sentido de respeito ao outro e a natureza que nos abrange e nos cerca. Prezamos pela diversidade e pelo respeito às diferenças, e não pelas imposições autoritárias, sejam elas quais forem e de onde vierem.

Gratos pelas suas atenções! Em nome da família Fluir Kung Fu (AFWK)...











Att.

Herman Silvani (professor)