Os sistemas Wing e Weng Chun (Kuen) de Kung Fu, nasceram num
contexto de opressão e domínio militar da dinastia Qing, dos manchus, por volta
de 1700 do calendário cristão, como forma de resistir a este domínio. Mestres
e/ou estudiosos de outros estilos de Kung Fu (como a Garça Branca e a Serpente),
através de certo tempo, foram desenvolvendo esta(s) nova(s) arte(s) (na época),
a modo de uma maior efetividade defensiva contra as investidas dos soldados do
exército manchu no sul da China. Este é o contexto do surgimento do Wing/Weng
Chun. No caso, esta(s) arte(s) não nasceram no exército (portanto não são artes
de caráter militar, e isso é bom que se diga, pois muitos praticantes as tratam
como tal), são sistemas defensivos (nos seus sentidos técnicos) e
anti-opressores, no sentido histórico.
Dito isso, é fundamental que os mestres e professores, suas
associações ou escolas, enfatizem este aspecto sociohistórico no que diz
respeito ao surgimento destes sofisticados sistemas de Kung Fu. Nisso, o WT
(sigla para Wing e Weng Chun), é um sistema de características, além de
defensivas, libertárias, no sentido de resistência contra a opressão de um
Estado ditatorial, como fora a dinastia Qing.
Nisso, a AFWK respeita e busca fazer jus a esta história,
concebendo, estudando e/ou praticando WT como uma arte defensiva e libertária,
e não militarizada, nem opressora ou totalitária, como, muitas vezes, a partir
de certos discursos e atitudes de professores e praticantes, se vê por aí.
Uma das grandes características do sistema WT, no seu sentido
contextual histórico, é a resistência ao domínio e opressão, e sendo ele também
uma cultura (um modo de ver a vida e nela se posicionar, a partir de seus Wu De
– códigos de ética), a coerência pede que assim ele seja tratado. Ou seja, um
sistema que, além do quesito técnico, possui certos princípios sociohistóricos
que devem ser considerados e respeitados. Não feito isso, julgamos o sistema
‘incompleto’.
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